TRADIÇÕES DE NATAL

Fonte: MSN.com.br

É Natal! O fascínio provocado pelas luzes multicoloridas dos pinheiros chega ao seu ponto máximo. A época mágica traz consigo tradições milenares e muitos personagens. Quem nunca colocou o sapatinho na janela à espera do Papai Noel? O faz de conta, passado de geração para geração, parece ganhar vida e se torna realidade. E ainda emociona muita gente... Mas você conhece os significados dessa data tão especial?

Antes do nascimento de Jesus já existia uma comemoração pagã que homenageava o fim do inverno e era celebrada em datas variadas ao redor do mundo. No século IV a.C, o Papa Julius I, com a intenção de substituir os rituais pagãos por festas cristãs, fixou a data da celebração para o dia 25 de dezembro. Surgia, assim, a festa no nosso calendário.

Segundo Hildo Conte, teólogo da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, as heranças culturais estruturaram as várias formas de celebrar o nascimento de Jesus. As tradições envolvidas na comemoração foram se renovando no decorrer dos séculos. Algumas culturas, inclusive, usam aspectos regionais para marcar as festividades.

Panetone: O Natal por si só já remete às tradições familiares, como a reunião de gerações para a ceia. Para os adultos, este momento é o ponto alto da noite. O peru, a rabanada, as castanhas portuguesas, frutas variadas, nozes, avelãs, amêndoas e passas enfeitam a mesa. O destaque fica por conta do panetone, bolo recheado de frutas secas que é uma tradição do Natal italiano, mas que foi incorporada à nossa cultura. Existem algumas versões para a sua criação. A mais forte diz que o produto foi inventado no ano 900, em Milão, por um padeiro chamado Tone. Por isso, o bolo teria ficado conhecido como pane-di-Tone.

Árvore de Natal: Depois do jantar, a estrela da noite é a árvore, simbolizada por um pinheiro enfeitado de luzes e bolinhas coloridas. Para os cristãos é a reunião de dois símbolos religiosos: a luz e a vida. Uma a lenda conta que havia três árvores próximas local onde Jesus nasceu: uma oliveira, uma tamareira e um pinheirinho, que desejavam honrar o recém-nascido. A oliveira ofereceu ao menino suas azeitonas, e a tamareira suas tâmaras, mas o pinheirinho não tinha nada a ofertar. Lá do alto, as estrelas desceram do céu e pousaram sobre os galhos do pinheirinho oferecendo-se como presente. Na ponta da árvore de Natal brilha a Estrela de Belém, que simboliza a estrela guia dos magos e sábios do Oriente.

Presentes: O destaque para a árvore de Natal não é só por sua beleza, mas também pelo que está depositado aos seus pés. Embrulhos de todas as formas e tamanhos vão tomando a forma de desejos, o que, de certa forma, fez com que um pouco do real significado do Natal fosse perdido. O consumismo toma conta dessa época. A indústria e o comércio ficam eufóricos. "O capitalismo, com habilidade, mercantilizou o Natal. A festa não é mais a mesma de antigamente. A sociedade passou de atitudes ingênuas e mágicas e tornou-se mais crítica", analisa Hildo.

Papai Noel: Para as crianças, a espera é pelo Papai Noel. Para elas, este é o verdadeiro símbolo da festa. Sem o Bom Velhinho a data não teria a menor graça! Uma lenda conta que São Nicolau, no dia de sua festa, em 6 de dezembro, passava de telhado em telhado depositando presentes nas meias colocadas nas chaminés. Nicolau foi substituído em alguns países por outra lenda. "Na minha cultura familiar, não existia Papai Noel, era o próprio menino Jesus que vinha trazer presentes na noite de Natal. Esperávamos com muita expectativa", conta Hildo, cujas tradições vêm do Vêneto, região no norte da Itália. A união dos contos resultou na história de hoje, sabida de cor pelos pequenos.

Presépio: À meia-noite também é a hora de colocar o menino Jesus na manjedoura do presépio. De acordo com a tradição católica, o primeiro presépio foi criado por São Francisco de Assis, no século XIII, em 1223, na região da Úmbria. Era feito de palha e representava o ambiente do nascimento de Jesus, com pessoas e animais reais. Hoje, muitas famílias recriam o cenário. Ao redor do mundo, durante a época festiva, coroas ou guirlandas são feitas com ramos de pinheiro e enfeitadas com quatro velas para esperar a chegada de Jesus. Estas velas simbolizam as grandes etapas da salvação, a fé, o amor e a vida. Os sinos representam o respeito ao chamado divino e o ponto de comunicação entre o céu e a terra.

Entretanto, o que realmente importa é que o significado da data esteja diariamente fazendo parte de nossa vida. De acordo com Hildo Conte, o Natal não é apenas uma mensagem, mas alguém. "Natal é Jesus Cristo. O decisivo nisto é a fé. Se creio em Jesus, então o significado é a presença do próprio Deus no mundo, assumindo e redimindo as criaturas. Assim, Natal é a certeza de que a vida tem sentido, tem projeto, tem autor, tem amor", finaliza.

Guirlanda: Na Roma e Grécia, a guirlanda era símbolo de fertilidade e vitória, mas sua origem mais próxima do espírito natalino remete a práticas populares dos povos germânicos. Durante o dezembro frio e escuro europeu, eles se reuniam em torno de coroas de velas, que representavam a esperança da chegada da primavera e o retorno da luz do sol.

Na própria Alemanha, por volta do século XVI, surgiu a adaptação do significado das guirlandas para o cristianismo. Hoje, elas são usadas como símbolo do Advento, ou seja, da vinda de Cristo à Terra. O círculo da coroa de flores simboliza a eternidade. Segundo a tradição, dentro dos ramos se encontram quatro velas que devem ser acesas em todos os domingos do mês de dezembro.