NOSTRADAMUS, BENTO E O FIM (Parte 3)

A RENÚNCIA DO PAPA BENTO XVI
O jogo de poder por trás do Vaticano

Há um ano e quatro meses o jornal romano Il Fatto Quotidiano, publicou uma frase atribuída ao cardeal Paolo Romeo em uma viagem à China. "O papa vai morrer daqui a um ano", disse. Bento XVI foi notificado através de uma carta enviada por testemunhas da declaração. Quando Romeo soube tratou de desmentir e desacreditar o documento, que passou a ser considerado uma farsa, ficando o caso por isso mesmo.

Esse fato trás a tona uma realidade, de que existem intrigas dentro das paredes do Vaticano. E disputas pesadas. E a tese mais aceita hoje é a de que elas colaboraram sim, para a renúncia do papa.

Um segundo escândalo, dessa vez não encoberto, envolveu o todo poderoso secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Tarciso Bertone. Em uma carta, cujo remetente era o arcebispo Carlos Maria Vigano, Bertone foi avisado de esquemas de corrupção envolvendo obras e o suspeita de lavagem de dinheiro no banco do Estado do Vaticano, o IOR. Daí em diante uma sucessão de vazamento de documentos expuseram o lado feio da Igreja, como corrupção, entre outras suspeitas de pecados graves. Esse vazamento ficou conhecido como "Vatileaks".

Há quem diga que Bento XVI optou pela renúncia ao perceber as dificuldades e riscos que a Igreja passa, em um dos mais conturbados momentos da sua história. Sendo que, ainda lúcido, poderia tomar a decisão que era mais certa para salvar a instituição a que sempre foi fiel. A renúncia era melhor do que correr o risco de que se ele perdesse a lucidez, vide João Paulo II, deixaria o Vaticano sem comando justamente num momento crítico como esse.

Analisando assim, Bento teve durante sua trajetória, fosse como cardeal, fosse como papa, uma postura séria, responsável e abnegada com relação ao seu sacerdócio e chamamento.

Em suma, um homem admirável em sua humanidade e um servo exemplar de sua causa.